sexta-feira, 12 de julho de 2013

Review - Sweet Tooth (Vol. 3): Exército Animal

Roteiro: Jeff Lemire
Arte: Jeff Lemire


Capa do terceiro encadernado de
Sweet Tooth Publicado pela
Panini
Após três meses do lançamento do segundo encadernado de Sweet Tooth pela Panini, a editora lança o
terceiro encadernado, Exército Animal, trazendo os números 12 a 17 da série publicado nos Estados Unidos.

Com o fim do segundo encadernado esperamos para ver o encontro entre Gus e Jepperd, mas isso não é o que Lemire nos dá na edição 12, a primeira deste encadernado. A edição 12 é uma pausa na história, feita apenas de imagens e com a narração de Singh, o cientista da milícia, enquanto grava em seu diário um pouco da sua história e da sua esperança em Gus. O autor tira um pouco da esperança do leitor e mostra o novo mundo cruel em que Gus vive, para que no final haja um fio de esperança.

Em muitos quadrinhos atuais vemos essas histórias "mudas" que costumam procurar atingir o leitor emocionalmente. Uma que posso citar e que gosto muito é a edição 588 de Fantastic Four, no Brasil foi publicada na revista Universo Marvel #23, edição em que Jonathan Hickman e Nick Dragotta contam sem palavras os dias que sucederam a morte do Tocha Humana. Sweet Tooth #12 emociona, mas não chegou a ser algo de entrar em uma das melhores edições que faz uso de artifícios não convencionais que eu já li.

Indo para as edições seguintes, Jeff Lemire volta a contar o seu conto, enquanto Gus tenta escapar do cativeiro, Jepperd tenta voltar. A interação de Gus e seus amigos com o personagem Johnny é muito bem construída, desde a desconfiança de Gus na edição 12, passando por uma simples amizade e confiança, até o medo e a raiva de serem punidos porque foram vistos com ele. Com a fuga dos híbridos há um aprofundamento na amizade entre eles, principalmente entre Gus e Wendy. O ponto fraco desse volume talvez seja a quebra repentina desse trabalho de aprofundar a relação entre os personagens híbridos.

Enquanto no lado da história de Jepperd, que agora interage com as prostituas que foram salvas por ele no primeiro encadernado, há uma discussão sobre o fanatismo daqueles que cultuam os híbridos. Percebemos que o autor não quer nos apontar um lado certo, enquanto há pessoas no cativeiro abrindo as crianças hibridas para tentar "salvar" o mundo, os fanáticos matam violentamente as pessoas para tentar salvar os híbridos, que são a nova geração e entrarão no lugar das pessoas que viveram na Terra. Os dois lados pecam pelo exagero em suas crenças e ciência.

A série além de abordar temas como religião também traz a tona o racismo citado por Singh, que não conseguia um emprego de médico quando veio da índia, mas que logo após o Apocalipse ele passou a ser o médico em que o mundo depende. No mundo de Sweet Tooth onde não existem mais tantos médicos, ou até mesmo pessoas, todas as pessoas se unem para acabar com os híbridos. O racismo não acaba, ele só muda de vítima.

Jeff Lemire traz aqui uma série que não é pra qualquer um, devido ao tom pesado de violência e, de certa forma, realidade. Mas faz com que nós enxerguemos os piores problemas do nosso mundo se sobressaindo no pior estado em que o mundo pode chegar.

Links Relacionados:
Review - Sweet Tooth (Vol. 2): Cativeiro

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